quarta-feira, 7 de setembro de 2011

2º ano - aula 42 - Sistema Rh

Em 1940, Landsteiner e Wiener descobriram este sistema.

Fator Rh é uma proteína encontrada nas hemácias do sangue de macacos do gênero Rhesus (Macaca mulatta) - e é um antígeno.


O sangue deste animal, uma vez injetado em cobaias ou em coelhos,

provocava nesses a produção de anticorpos (aglutininas anti-Rh),

que podiam promover a aglutinação do sangue.

Os descobridores do fator Rh extraíram de cobaias e coelhos soros contendo aglutininas anti-Rh.

Em seguida, misturaram o soro com sangue de pessoas diversas e constataram que,

em alguns casos, as hemácias se aglutinavam, indicando a presença do fator Rh no sangue humano:

pessoas Rh+. 

Em outros casos, as hemácias não se aglutinavam, indicando a ausência do fator Rh no sangue humano:

pessoas Rh-.

Indivíduos Rh- só apresentarão anticorpos se receberem hemácias de Rh+.




Eritroblastose fetal ou Doença Hemolítica do Recem Nascido - DHRN

A eritroblastose fetal, ou doença de Rhesus, doença hemolítica por incompatibilidade de Rh

ou doença hemolítica do recém-nascido ocorre em 1 entre 200 nascimentos

e consiste na destruição das hemácias do feto Rh+ pelos anticorpos de mãe Rhֿ.

A condição necessária para a eritroblastose fetal é a seguinte:

Pai > Rh+


Mãe > Rh-


Filho > Rh+

A doença acontece porque:

1 - A mãe recebeu transfusão de sangue errônea

2 - O feto da gestação anterior, Rh+, passou suas hemácias Rh+ para a circulação sanguínea materna.

Isso faz com que o sistema imunológico da mãe produza anticorpos anti-Rh.


Essa produção é lenta, nada acontecendo a esse filho

Porém, nas próximas gestações, os filhos sendo Rh+,

Os anticorpos da mãe combaterão o antígeno Rh+ dos filhos, destruindo suas hemácias

Em razão dessa destruição, o indivíduo torna-se anêmico e,

em face da deposição de bilirrubina em vários tecidos,

poderá apresentar icterícia,

cujo acúmulo substancial é tóxico ao sistema nervoso,

podendo causar lesões graves e irreversíveis.

Também pode ocorrer da criança nascer morta, com paralisia cerebral ou portadora de deficiência mental ou auditiva.

Nos casos em que o filho é RH (-) e a mãe (+) não há problema, porque a produção de anticorpos pela criança só inicia cerca de seis meses após o nascimento.

Como resposta à anemia, são produzidas e lançadas no sangue hemácias imaturas, eritroblastos.

A doença é chamada de Eritroblastose Fetal pelo fato de haver eritroblastos na circulação do feto.

Normalmente, os cuidados com o recém-nascido afetado pela doença

envolvem a fotossensibilização (luz néon, que destrói a bilirrubina)

e a substituição do sangue Rh+ da criança por sangue Rhֿ.

A maioria das hemorragias transplacentais ocorre na hora do parto.

Se a passagem em quantidade de hemácias do sangue do feto para o sangue da mãe for detectada,

pode-se administrar gamaglobulina anti-Rh, eliminando as hemácias fetais do sangue materno,

evitando assim a sensibilização e a possível concepção de um bebê com eritroblastose.

Vale ressaltar que, embora esta doença tenha causado muitos danos no passado, isso já não é mais comum.

Cuidados durante o pré-natal, 

através de exames de sangue periódicos nas pacientes com risco de desenvolver a DHRN,

aliado ao uso rotineiro da injeção de imunoglobulina anti-Rh aplicada no pós-parto,

diminuem o risco de doença em gravidez futura, tornando esta patologia quase extinta.

Veja bem, cuidados durante o pré-natal, ou seja, a gravidez na adolescência, em quase sua totalidade, não é acompanhada de pré-natal, portanto...cuide-se!

2º ano - aula 41 - Sistema ABO

Por volta de 1900, o médico austríaco Karl Landsteiner (1868 – 1943) verificou que,

quando amostras de sangue de determinadas pessoas eram misturadas,

as hemácias se juntavam, formando aglomerados semelhantes a coágulos.

Landsteiner concluiu que determinadas pessoas têm sangues incompatíveis, e,

de fato, as pesquisas posteriores revelaram a existência de diversos tipos sanguíneos,

nos diferentes indivíduos da população.

Quando, em uma transfusão, uma pessoa recebe um tipo de sangue incompatível com o seu,

as hemácias transferidas vão se aglutinando assim que penetram na circulação,

formando aglomerados compactos que podem obstruir os capilares, impedindo a circulação do sangue.

Nas hemácias humanas (ou glóbulos vermelhos ou, ainda, eritrócitos) podem existir dois tipos de proteínas:

Aglutinogênio A - um antígeno

Aglutinogênio B - um antígeno

De acordo com a presença desses antígenos, o sangue é assim classificado:

Grupo A – possui somente o aglutinogênio A;

Grupo B – possui somente o aglutinogênio B;

Grupo AB – possui os aglutinogênios A e B;

Grupo O – não possui aglutinogênios.

No plasma sanguíneo humano podem existir duas proteínas:

Aglutinina anti-A - um anticorpo 

Aglutinina anti-B - um anticorpo


Veja o tipo de aglutinogênio e o tipo de aglutinina existentes em cada grupo sanguíneo:

Tipo de sangue               Aglutinogênio (antígeno)                  Aglutinina (anticorpo)
        A                                        A                                              anti- B
        B                                        B                                              anti-A
        AB                                     AB                                            não tem
        O                                       não tem                                    anti-A e anti-B

As aglutinações que caracterizam as incompatibilidades sanguíneas do sistema acontecem quando

Uma pessoa possuidora de determinada aglutinina - anticorpo

Recebe sangue com o aglutinogênio - antígeno - correspondente.
Os círculos mais avermelhados indicam que houve aglutinação das hemácias

Houve a reação antígeno - anticorpo


Portanto

-- Indivíduos do grupo A não podem doar sangue para indivíduos do grupo B, porque:

As hemácias A, ao entrarem na corrente sanguínea do receptor B, são aglutinadas pelo anti-A nele presente.

-- Indivíduos do grupo B não podem doar sangue para indivíduos do grupo A.

-- Tampouco indivíduos A, B ou AB podem doar sangue para indivíduos O:

Uma vez que estes têm aglutininas anti-A e anti-B,

que aglutinam as hemácias portadoras de aglutinogênios A e B ou de ambos.

Assim, o aspecto realmente importante da transfusão é o tipo de aglutinogênio da hemácia do doador

E o tipo de aglutinina do plasma do receptor.

Indivíduos do tipo O podem doar sangue para qualquer pessoa, porque não possuem aglutinogênios A e B em suas hemácias.

Por isso, são chamados de doadores universal.

Indivíduos, AB, por outro lado, podem receber qualquer tipo de sangue, porque não possuem aglutininas no plasma.

Por isso, são chamados de receptores universal.

Herança dos Grupos Sanguíneos no Sistema ABO

A produção de aglutinogênios A e B são determinadas, respectivamente, pelos genes I A e I B.

Um terceiro gene, chamado i, condiciona a não produção de aglutinogênios.

Trata-se, portanto de um caso de alelos múltiplos.

Entre os genes I A e I B há co-dominância (I A = I B)

Mas cada um deles domina o gene i (I A > i e I B> i).